Olá, imparável! Salve Maria. Tudo bem?
Você já parou para pensar no quanto você pode ser talentoso para algo que você ama fazer, mas não dá a atenção merecida para essa sua habilidade?
Não me refiro a transformar seu limão em limonada, até porque sua paixão está longe de ser um limão, estaria mais para um brigadeiro. Então, seria como transformar seu brigadeiro em uma doceria.
No livro “A coragem de ser imperfeito”, de Brené Brown, ela discute sobre muitos viverem com o pensamento de escassez, que pode ser “eu não tenho o suficiente” ou “eu não sou bom o suficiente”.
Esses pensamentos podem ser regidos por 3 componentes:
- Vergonha: medo de passar por ridículo e ser humilhado.
- Comparação: disputa para se encaixarem em padrões em vez de serem valorizadas por suas contribuições e talentos específicos.
- Desmotivação: medo de tentar coisas novas e compartilhar suas ideias.
Parece que a mídia e a sociedade te enjaulam para você ficar com esse pensamento de que você nunca é bom o bastante.
A libertação disso, segundo a Brené, “exige consciência, compromisso e muito trabalho — todos os dias”.
E como você pode se superar para não viver uma vida de escassez?
“O oposto de viver em escassez não é cultivar o excesso. Na verdade, excesso e escassez são dois lados da mesma moeda. O oposto da escassez é o suficiente, ou o que chamo de plenitude. Em sua essência, é a vulnerabilidade: enfrentar a incerteza, a exposição e os riscos emocionais, sabendo que eu sou o bastante.”– Brené Brown
Para Brené, você deve abraçar o mundo a partir da autovalorização e do merecimento.
“Não se vendem dois pardais por uma moedinha? No entanto, nenhum deles cai no chão sem que vosso Pai o permita. Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. Não tenhais medo: vós valeis mais do que muitos pardais.”— Mateus 10:29-31
Angela Duckworth, em seu livro “Garra: O poder da paixão e da perseverança”, procura desvendar o que nos leva a ter um interesse sério por uma carreira.
O que se conclui é que: “A paixão pelo trabalho tem um pouco de descoberta seguida de muito desenvolvimento e de uma vida inteira de aprofundamento.”
Entenda:
Um pré-adolescente de 12 anos pode não ter ainda definido uma paixão porque continua no processo de decidir do que gosta ou não. É preciso incentivo e liberdade para decidir do que se gosta.
Para gostarmos de alguma coisa cada vez mais precisamos ter estímulo e informações. Isso pode acontecer por meio dos pais, professores, treinadores ou colegas.
O retorno positivo, como celebrar pequenas vitórias e aplauso, nos faz “sentir felizes, competentes e seguros”. Por outro lado, a gente pode aguentar um pouco de crítica e receber feedback corretivo.
É preciso treinar, mas com cuidado para não fazer demais nem muito antes do tempo. Se você forçar o nascimento de um interesse, pode ser muito difícil recuperar o que foi perdido.
O astronauta da NASA Mike Hopkins, em entrevista à Angela, disse que seu interesse em viagens espaciais começou assistindo a lançamentos de ônibus espaciais pela televisão quando estava no ensino médio. Isso fez com que se interessasse por vários lançamentos ao longo dos anos.
Angela menciona que “em pouco tempo, ele começou a procurar mais informações sobre a NASA, e ‘uma informação levou a outra, e assim foi’.”
O psicólogo Paul Silva, autoridade sobre o interesse, em entrevista à Angela, afirma que: “para o iniciante, a novidade é algo que ele nunca viu. Para o especialista, a novidade é o detalhe.”
Angela, em seu livro, apresenta o gráfico abaixo, criado pelo psicólogo cognitivo Anders Ericson, que dedicou sua carreira a estudar especialistas mundiais.
Anders fez as seguintes descobertas:
- Sua habilidade aumenta com o passar dos anos.
- O nível de evolução é menor, quanto você chega em um nível que detém muito conhecimento sobre sua área.
- O aprendizado de um especialista acontece em forma de degraus, não se trata de um avanço linear e contínuo. Cada degrau é como um “micro problema” para o qual que o especialista se dedica por horas, dias, semanas ou mais, até que, de repente, vem a solução e ele consegue se superar.
- Para se tornar um especialista com níveis de elite, a média aproximada é de dez mil horas de prática distribuídas em cerca de dez anos.
Para Anders, não basta você praticar algo por 10 mil horas durante 10 anos para se atingir a excelência. É preciso realizar uma prática disciplinada, que inclui:
- Definir meta ambiciosa, focando em um aspecto específico;
- Combater pontos fracos específicos;
- Buscar por vontade própria por desafios para se superar.
Você deve focar em identificar seus erros – para se corrigir – ao invés de ficar olhando os acertos. Da mesma forma, você pode refletir sobre no que você é menos seguro ou no que não sabe, para buscar melhorar.
No livro “Fora de Série - Outliers: descubra por que algumas pessoas têm sucesso e outras não”, o autor Malcolm Gladwell expõe que as pessoas bem sucedidas são beneficiárias do que você pode chamar de dádivas, “oportunidades extraordinárias” ou “vantagens ocultas”.
Por exemplo:
Certos esportes dividem as faixas etárias e níveis baseados nos meses do ano que a criança nasceu. Em um esporte que segue o ano calendário, a criança que nasceu em dezembro será provavelmente menor que as crianças de sua mesma faixa que nasceram em janeiro.
Então, estatisticamente, as crianças de janeiro terão um desenvolvimento muscular maior comparado com sua turma que pode lhe dar uma vantagem competitiva e mais oportunidades.
Enquanto a criança que nasceu em dezembro, se nascesse algumas semanas depois até atingir janeiro, já estaria em uma situação mais benéfica do que a atual porque seria uma das crianças maiores da próxima turma.
“Os biólogos costumam falar da ‘ecologia’ de um organismo: o carvalho mais alto da floresta não ostenta essa qualidade apenas porque se originou do fruto mais resistente. Ele também é o mais alto porque nenhuma outra árvore bloqueou a luz solar em sua direção, porque o solo à sua volta era profundo e fértil, porque nenhum coelho roeu sua casca quando esta ainda era nova e porque nenhum lenhador o derrubou antes que ele estivesse completamente desenvolvido. Todos nós sabemos que as pessoas bem-sucedidas se originam de sementes resistentes. Mas será que temos informações suficientes sobre a luz solar que as aqueceu, o solo onde deitaram as suas raízes e os coelhos e lenhadores dos quais conseguiram escapar?”– Malcolm Gladwell (Fora de Série)
Malcolm cita o exemplo de Bill Gates, que estudava em escola pública e, porque era um menino precoce que se entediava facilmente com os estudos, os pais, que tinham uma boa condição financeira, decidiram colocá-lo em uma escola particular.
O clube de mães da escola ao arrecadar fundos com um bazar anual que destinava uma parte para a caridade e outra parte à escola, comprou um terminal de computador, ao qual os alunos tiveram acesso.
Foi assim que Bill Gates começou a aprender programação na oitava série em 1968.
A combinação de talento e oportunidade de Bill Gates, com a ambição e a coragem de abrir uma empresa, o fez se transformar em um gigante do mundo da informática.
“Voltei-me para outra direção e vi, debaixo do sol, que a corrida não é dos velozes, nem dos fortes, a guerra; nem dos sábios, o pão, nem dos instruídos, a riqueza, nem dos prudentes, a graça, pois todos dependem do tempo e do acaso.”– Eclesiastes 9:11
Para você prosperar, você precisa deixar de se comparar com outras pessoas.
Precisa ter o compromisso consigo.
Abraçar o que você ama, estudar, se aperfeiçoar, trabalhar duro e, claro, ficar vigilante e preparado para as oportunidades que aparecerem.
Sim, elas aparecerão!
“Tudo posso naquele que me fortalece”– Filipenses 4:13
Que você fique com a paz de Jesus e o amor de Maria.
Forte abraço!