Introdução
Muitos dos empreendedores começaram seus negócios meio que por acaso. Um hobby que virou um projeto paralelo e deu uma “virada de chave”, tornando-se sua fonte principal de renda. Às vezes a vida deu um “empurrão”, como uma perda de emprego, que fez a pessoa agarrar o que tinha, oferecendo o que ela já fazia como CLT para contatos que ela construiu no emprego.
Independentemente do seu caso, vamos lhe ajudar a ter mais clareza sobre o serviço que você vende, porque você o faz e a ajustar o rumo para que você possa ser um agente de mudança na sociedade.
Você pode estar se perguntando: – Mas por que isso é importante? Uma vez que você tenha consciência e estabeleça o propósito do seu negócio, isso lhe ajudará a afastar projetos que não permitam que você cresça e, principalmente, que sugam sua energia.
Você não pode perder o interesse e a motivação para entregar seu serviço no prazo.
O que você ama fazer e o que o cliente quer resolver precisam estar conectados.
Continuemos.
1.1. Revisando seu serviço: o que você oferece
Se alguém te perguntasse: — qual é a razão do seu negócio existir? Essa seria uma pergunta fácil de responder ou está mais para uma questão filosófica para você?
Considerando que estamos falando de um negócio, que depende de você, seria condizente pensar que a razão de seu negócio existir está relacionada com a sua razão de ser.
Em japonês, a palavra “ikigai” representa a sua “razão de ser”.
Segundo o livro “Ikigai: Os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz”, de Héctor García e Francesc Miralles, ter um ikigai bem definido lhe trará satisfação, felicidade e significado para a sua vida.
Para você ter ideia de quanto é forte a questão do ikigai na cultura japonesa, segundo o livro de Héctor e Francesc, os japoneses não têm uma palavra para “aposentadoria” como tem no inglês ou português. Sabe por quê? Porque se a pessoa é feliz fazendo o que ama, por que então pensaria em se aposentar?
No ikigai, ao mesmo tempo em que você tem consciência sobre o que o mundo precisa e está disposto a pagar, você tem clareza do que você ama, do que você sabe fazer bem e que responde aos anseios do mundo.
Trazendo o ikigai para dentro da revisão do seu negócio, usaremos a sua base para ajudar você a determinar o “o que” do seu negócio.
O seu “o que” determina os serviços que você pode oferecer, formado pela interseção de 4 perguntas:
O que você ama fazer?
O que você faz bem?
O que o mundo precisa?
O que o mundo está disposto a pagar?
Use o diagrama abaixo para visualizar a interseção das suas respostas às quatro perguntas.
Tarefa 1.1
Agora, chegou a hora de você começar a colocar a mão na massa. Acesse o link da tarefa 1.1 e siga as instruções para responder às cinco perguntas apresentadas do diagrama.
1.2. Revisando seu propósito: o porquê da sua missão
Chegou a hora de revisar o porquê você faz o que faz. Esse porquê será como a sua estrela do norte, guiando o seu trabalho e inspirando todos os envolvidos: você, seus parceiros e, principalmente, seus clientes.
No livro “Encontre seu porquê: Um guia prático para descobrir o seu propósito e o de sua equipe”, o autor Simon Sinek explica a diferença entre “O que” e “Porquê”.
O que: corresponde ao neocórtex, a parte externa do cérebro responsável pelo pensamento racional e analítico.
O porquê: corresponde ao sistema límbico, a parte intermediária do cérebro, responsável pelas emoções, que gera, por exemplo, decisões baseadas em intuição, nosso comportamento e sentimentos como confiança e a lealdade.
O fato do nosso cérebro ter essa separação é o que faz as pessoas terem dificuldades de poderem explicar suas decisões (intuição) ou sentimentos. Isso explicaria por que alguém diria algo como: “não tenho palavras para expressar meu amor por você.”
Simon explica que, uma vez que você define o seu porquê com palavras, você tem uma poderosa ferramenta para inspirar a si e aos outros. O seu porquê é o que lhe faz realizado.
O seu porquê ajudará você a inspirar, gerar confiança e lealdade a longo prazo, levando seus clientes a contratarem você porque entendem que, com você, estão fazendo algo muito maior. Assim, a decisão do cliente por contratar você está além de meramente considerar o preço.
Para definir o seu porquê, o propósito do seu negócio, responder à seguinte pergunta:
“O que no seu negócio realmente importa para você?”
A sua resposta pode ser a força que impulsionará você e conquistará aqueles que estão interessados em fazer parte disso: seja contratando o seu serviço, querendo ser seu fornecedor ou, quem sabe, sendo seu primeiro funcionário.
Esse é o porquê do Simon Sinek: “Inspirar pessoas a fazerem as coisas que as inspiram, de modo que, juntos, possamos mudar o mundo.”
Fazer o seu trabalho deve ser uma recompensa para você porque, além de gerar o benefício financeiro, alimenta também a sua alma.
Pense em um propósito que faça com que seus serviços sejam genuinamente impactantes.
Tarefa 1.2
Agora é com você. Clique para ir para a Tarefa 1.2, onde você aprenderá a pequena técnica para definir o seu porquê.
1.3. Revisando sua solução: o impacto que você gera
Como empreendedor, você pode contribuir para uma sociedade mais justa e um planeta mais saudável. Você não precisa ser uma ONG ou associação para propagar o bem.
As empresas e pessoas que contratam os seus serviços podem ser beneficiadas diretamente do que você faz. Assim como os clientes dos seus clientes, que compram produtos ou serviços de quem você atende.
Ademais, os serviços de marketing digital também podem contribuir para a economia de recursos, uma vez que as empresas passam a ter mais ativos digitais e eventos online, contribuindo de diversas maneiras com os recursos ambientais: economia de impressão, deslocamento (combustível fóssil) para eventos presenciais, arquivamento físico, entre outros.
Além disso, o impacto socioambiental do seu negócio pode promover a acessibilidade, inclusão e igualdade.
Segundo o Sense-Lab, em “Inovação em modelos de Negócios de Impacto: um guia prático para conciliar receita e impacto”, para que você seja um Negócio de Impacto, você precisa atender a 4 critérios:
Propósito: explicitar na sua missão o propósito de gerar impacto socioambiental positivo.
Avaliação: conhecer, mensurar e avaliar seu impacto periodicamente.
Lucro: operar com geração de receita oriunda da venda de seus produtos e serviços.
Governança: estabelecer um modelo de governança que considera as várias partes interessadas, não apenas investidores e clientes, mas também a comunidade.
O impacto socioambiental do seu negócio pode estar em alguns dos 3 aspectos abaixo, se você oferece serviços:
Para empresas ou pessoas que atuam em problemas em áreas como educação, saúde, serviços financeiros, tecnologias verdes (água, reciclagem, resíduos, energia, agricultura), moradia, mobilidade, cidadania (acessibilidade, segurança, emprego, gênero).
Em formato, preço, condições de acesso e/ou uso para populações vulneráveis e/ou de menor renda.
Com modelos de negócios e processos comprometidos com resultados sociais e/ou ambientais relevantes, considerando aspectos da cadeia de valor, colaboradores e práticas sustentáveis.
De acordo com Sir Ronald Cohen, em seu livro “Impact: Reshaping capitalism to drive real change” (traduzido livremente “Impacto: remodelando o capitalismo para impulsionar mudanças reais”), ele explica que os jovens consumidores, empreendedores e funcionários já são movidos por pensamentos sobre risco-retorno-impacto.
Isso fez com que as empresas, filantrópicos e governos direcionassem seus olhares para isso. Para você ter ideia, atualmente, existem fundos de investimentos que só investimento em negócios de impacto. Interessante, não é mesmo?
Talvez você já tenha ouvido um popular princípio básico de gerenciamento: “você não pode gerenciar o que não mensura”. Então, mais importante do que você falar que você tem um negócio de impacto é você mensurar o seu impacto.
O fórum global colaborativo criado de 2016 até 2021 chamado Impact Management Project definiu 5 dimensões do impacto para avaliar se um negócio atende e qual é o tamanho do seu impacto:
O que: qual é o impacto do seu negócio?
Quem: quem são os beneficiários do seu impacto?
Quanto: seu impacto é escalável? Como?
Contribuição: quanto seu negócio contribui no impacto? O impacto aconteceria se você não estivesse envolvido?
Risco: quais são os riscos para o planeta caso o impacto que você se planeja não aconteça como esperado?
No mundo das startups, ser um unicórnio é ter um negócio que vale 1 bilhão de dólares. Sir Ronald Cohen, em seu livro, nos faz refletir sobre o que seria um negócio de impacto unicórnio: impactar 1 bilhão de vidas ao mesmo tempo que vale 1 bilhão de dólares.
“Acaso não te ordenei que sejas forte e corajoso? Não tenhas medo, não te acovardes, pois o Senhor, teu Deus, estará contigo por onde quer que vás.” (Josué 1:9)
A autora Ann Mei Chang, em seu livro “Lean Impact: How to innovate for radically greater social good” (tradução livre “Impacto Enxuto: Como inovar para um bem social radicalmente maior”), recomenda pensar grande, começar pequeno e buscar incansavelmente o impacto.
Mas, atenção: é preciso tomar cuidado para não colocar o seu negócio à frente do seu cliente, em função da tecnologia, instituição ou investidor envolvidos no seu negócio.
Para Ann, você deve trabalhar com humildade, flexibilidade e coragem.
Humildade: você pode errar, mas deve buscar rever e melhorar (iteração).
Flexibilidade: se a sua solução não está resolvendo os problemas como esperado, você pode procurar mudar para uma solução alternativa ou para um problema completamente diferente — é o que as startups chamem de “pivotar”.
Coragem: à medida em que você tem sucesso com as suas soluções, você deve ter a confiança para avançar e escalar ou aumentar o relacionamento (fidelidade) com seus clientes, parceiros e investidores.
Conforme Ann, para você causar maior impacto, você deve se apaixonar pelo problema que ajudará as empresas e pessoas a resolver, não pela solução que você oferece.
Tarefa 1.3
Chegou a hora da última tarefa dessa lição. Clique aqui para ir para a tarefa e avaliar o impacto do seu negócio.
Conclusão
Parabéns! Chegamos ao fim de nossa primeira lição.
Esta lição tem um papel importante para você hoje, que é repensar o que você está fazendo e dar um novo significado ao seu trabalho e negócio.
As tarefas podem exigir de você um aprofundamento em alguma das perguntas. Mas não se deixe “travar”. Se tiver algo que você não conseguiu responder como você gostaria, siga em frente.
Redesenhar um negócio não é algo que você faz uma única vez. É um processo cíclico.
Pode ser que daqui a 6 meses ou um ano, você sinta uma vontade em seu coração de fazer esta revisão novamente. Seu negócio crescerá e você buscará novos desafios para impactar mais vidas.
As tarefas serviram como ferramentas para você aplicar o que aprendeu na Lição 1 para revisar:
1. O serviço que você faz, avaliando o que você ama, no que você é bom, o que o mundo precisa e está disposto a pagar.
2. O seu propósito, que na tarefa você definiu o seu “lema”, que lhe faz acordar todos os dias e que inspirará você, seus parceiros e clientes.
3. A sua solução, que posicionará você como um negócio de impacto nas vidas das pessoas e no ambiente em que você está inserido.
Agora prepare-se para a “Lição 2 – Agir”.
Na lição 2, você terá um melhor entendimento sobre como os componentes Marketing, Vendas e Atendimento ao Cliente podem se ajudar no seu crescimento.
As tarefas da lição 2 lhe ajudarão a determinar qual componente você deve priorizar no seu momento atual e direcionarão você para um plano de ação.
Até breve! Fique com a paz de Jesus e o amor de Maria.
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